Destaque - 31/01/2019

Inline XBRL (iXBRL)

Obrigatoriedade do iXBRL

Que todos nós sabíamos que a obrigatoriedade para as empresas que reportam suas Demonstrações Financeiras (DFs) em International Financial Reporting Standards (IFRS) a U.S. Securities and Exchange Comission (SEC) chegaria (e você pode descobrir um pouco mais aqui), todos sabíamos. Sabíamos também que a crescente corrente do iXBRL se tornaria mandatória em algum momento. A SEC em 28 de Junho de 2018 criou um modelo faseado (phase-in) para que as empresas e fundos que reportam em USGAAP começassem a reportar suas DFs em iXBRL, neste artigo focaremos nas empresas que reportam em IFRS e para estas, a SEC criou a obrigatoriedade de reportarem suas DFs em iXBRL quando o ano fiscal da empresa é encerrado em ou após 15 de Junho de 2021. Entretanto, empresas que querem adiantar seus arquivamento em iXBRL reportando em IFRS já podem fazê-lo.

Mas o que é iXBRL?

iXBRL significa InLine XBRL e é um modelo de arquivo que consegue em único documento prover tanto informações que podem ser lidas por humanos (EDGAR/HTML) quanto por computadores (XBRL/XML). Até o surgimento do iXBRL as empresas precisavam arquivar seus resultados em EDGAR (lido por humanos) e XBRL (lido por máquinas) e nesta nova tecnologia a entrega se dá em único arquivo que integra a leitura de ambos.  

iXBRL embeda dentro do HTML as tags do XBRL dando significado as figuras e declarações financeiras em um formato que pode ser entendida pelo computador.

Você pode ver uma amostra de um iXBRL aqui.

E quais os benefícios de arquivar em InLine XBRL?

Por se tratar da integração de dois arquivos em um, reduzirá custos e tempo de criação das DFs, existirá apenas um processo de revisão pela eliminação de um dos dois arquivos, se torna mais confiável e preciso visto que não existirão inconsistências entre os arquivos HTML e XML, dá a quem prepara o arquivo total controle sobre como a informação será apresentada dentro do HTML e aprimorará a experiência de visualização do documento para o investidor que quer checar informações do XBRL dentro do próprio HTML.

 

Originalmente publicado por Fernando Fernandes

Destaque - 28/01/2019

2019 e IPOs no Brasil, o que esperar?

Realizar um IPO é uma forma das companhias levantarem uma quantidade expressiva de recursos para investirem em seu crescimento, expansão, aprimoramento de custo de capital, entre outros objetivos.

No Brasil, Banco Inter, NotreDame Intermédica e Hapvida levantaram R$650 milhões, R$2,4 bilhões e R$3 bilhões, respectivamente, em suas ofertas em 2018.  Agora, com juros mais baixos e com o BNDES diminuindo sua participação no financiamento dos investimentos das grandes empresas, o que se pode esperar para 2019?

Atualmente, como comentado em evento realizado pela MZ neste mês sobre perspectivas de IPO, investidores internacionais estão olhando para o Brasil com atenção. Não há euforia ou otimismo exagerado como já houve no passado em função de incertezas sobre reformas estruturais necessárias, mas há uma atenção em relação ao país e as empresas podem se beneficiar desse ambiente mais favorável.

Como pontuado no evento, há uma evolução interessante dos volumes captados desde 2013 em IPOs e Follow Ons (mais de R$100 bilhões nesse período), com o Ibovespa saindo de 50 mil pontos ao final de 2013 para mais de 87 mil em 2018 e a participação do investidor estrangeiro atingindo 51% do total. Ainda segundo a B3, a média de custo para captação está em 4,5% e 65% das empresas que realizaram as ofertas eram investidas de Private Equity. Dois cases de sucesso apresentados foram o de Sinqia (antiga Senior Solution) e Banco Inter, que se estruturaram para as ofertas e apresentam valorização de mais de 100% desde o IPO.

Mas não existe apenas a listagem na B3 como opção. Assim como optaram PagSeguro e Stone, que levantaram US$2,3 bilhões e US$1,5 bilhão respectivamente, listar as ações da companhia nos Estados Unidos é uma opção para as empresas brasileiras aumentarem sua liquidez e acesso aos investidores, as duas companhias listaram suas ações apenas nas bolsas americanas (assim como a Netshoes), mas também é possível realizar o chamado dual listing para acessar tanto o mercado nacional quanto o internacional. No evento, as vantagens e facilidades dessa opção de se acessar o mercado norte-americano foram elencadas e explicadas aos participantes. A importância da implementação de uma sólida governança corporativa e do story telling na tese de investimentos também foram pontos abordados pelos palestrantes do evento.

Durante o painel na etapa final, que contou com representantes da Stone, listada na Nasdaq em 2018, e OdontoPrev, listada na B3 em 2006, os participantes puderam compartilhar um pouco da experiência de cada um, seja para alertar que investidores e analistas sempre vão demandar maior abertura sobre os dados financeiros e operacionais e que a empresa precisa se policiar no sentido de não tentar agradar a todos falando algo que pode ser considerado informação privilegiada, e que tanto o Board quanto o Management devem ser constantemente informados do feedback fornecido pelo mercado, pois indicam os pontos do programa de RI que merecem maior atenção e necessitam ser desenvolvidos.

 

Escrito por Marco Antônio Tomás